CARTA GEOMORFOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE NATAL
DOI:
https://doi.org/10.29327/Resumo
Natal é uma das mais charmosas capitais nordestinas e apresenta um notável crescimento demográfico nas últimas décadas. Tal crescimento acarretou num notável avanço da malha urbana para praticamente todo o seu território, incluindo o seu extravasamento
para diversos municípios adjacentes de sua região metropolitana. Devido a este fato, é de grande importância mapear a geomorfologia de áreas densamente urbanizadas, reconstituindo seus ambientes originais pretéritos, com o intuito de subsidiar instrumentos de
gestão ambiental e planejamento territorial, tal como o plano diretor municipal, com enfoque na preservação ambiental e na melhoria da qualidade de vida da população.
Este mapa é elaborado a partir de uma metodologia de mapeamento geomorfológico desenvolvida pelo Serviço Geológico do Brasil, estando documentada no Guia para Elaboração de Cartas de Padrões de Relevo Multiescala com uma Biblioteca de Padrões de
Relevo acoplada (Dantas et al., 2024). A Carta Geomorfológica de Natal foi publicada recentemente, em maio de 2025 (Dantas e Belchior, 2025) e, tanto o arquivo em formato pdf, quanto o SIG, estão disponíveis no seguinte link:
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/25527.
No município de Natal, foram identificadas duas morfoestruturas: as Bacias Sedimentares Cenozoicas e as Coberturas Sedimentares Quaternárias (Diniz et al., 2017). A primeira morfoestrutura citada corresponde aos tabuleiros costeiros dissecados, sustentados
por rochas sedimentares pouco litificadas da Formação Barreiras. A unidade geomorfológica associada são os tabuleiros do Leste Potiguar. Estes tabuleiros foram progressivamente ocupados ao longo da segunda metade do século XX. Os poucos remanescentes
ainda não urbanizados registram um lençol de areia sobre a superfície do tabuleiro, demonstrando sua relevância para alimentação dos campos de dunas que jazem sobre o mesmo. Já a segunda morfoestrutura abrange 11 distintas unidades geomorfológicas incluindo campos de dunas, planícies costeiras, planícies fluviais, planícies fluviomarinhas e recifes de arenitos de praia. Dentre este diversificado conjunto de ambientes deposicionais quaternários, podemos destacar: a planície costeira de Natal e os recifes, a partir do qual se assenta o forte dos Reis Magos e a cidade de Natal até a década de 1940; a planície fluviomarinha do estuário do rio Potengi, cujos manguezais estão, em parte, impactados
pelo avanço de atividade de salinas e de carcinocultura; e, por fim, os diversos campos de dunas que coroam o relevo do município, com destaque especial para o vasto campo eólico de dunas fixas do Parque das Dunas; o morro do Careca, que ocupa uma
extremidade da famosa praia da Ponta Negra, palco de uma controversa obra de engorda de seu prisma praial; e do campo de dunas do Guarapes, constituído de uma duna megaparabólica que mergulha impetuosamente, em direção nordeste, para a planície o rio
Potengi.
